domingo, 25 de janeiro de 2009

RESUMO: AS VARIADAS FORMAS DE LER

Professora: Katiúscia Fernandes
Disciplina: Revisão e Editoração de Textos
Acadêmica: Joana da Paz

Segundo Márcia Abreu em sua obra As variadas formas de ler: In: No fim do século: a diversidade – o jogo do livro infantil e juvenil. Há grande diversidade no exercício de ler. Os diferentes suportes de textos possibilitam ou impõem limites à leitura, conhecidas como interpretações sobre as diferentes formas de leitura. De acordo com a Autora, observa-se dificuldades e facilidades da decifração das imagens construídas diante do que se vê em cada caso. Séculos depois da invenção de Guttemberg, os leitores continuavam com desconfiança em relação aos textos impressos, havia rompido a familiaridade entre o autor e leitores. Até o século XVIII, um escritor tinha sempre que vincular sua obra com outra de modelo consagrado para manter a tradição, porém, a partir do século XIX que os autores começaram a individualizar suas obras e aproximar escritor do leitor, então, começamos a pensar na leitura e escrita como individualistas solitários e silenciosos, mas essa forma é encontrada nas camadas eruditas e pouco comum nas populares. Há tempos que a leitura era feita em voz alta para si ou para um grupo, por esse motivo o autor preocupava-se com o discurso na concepção oral, dessa forma fornecia informações repetidas com a capacidade de não enfadar o leitor. Era parte de um conjunto de práticas culturais que passavam pelo livro: a escuta dos textos, sua memorização, o reconhecimento nas letras impressas no papel, o texto repetidas vezes ouvido. Durante muito tempo o bom leitor, lia pouco, relia constantemente e meditava sobre a leitura. A idéia que o bom leitor é o que lê muitos textos variados é recente, mas nem atualmente todos lêem e escrevem da mesma forma. ”A leitura, além de uma história, tem uma sociologia (CHARTIER, 1998). As formas de ler e avaliar um texto varia se considerarmos as diferentes classes sociais, regiões, €etnias, etc. Observamos a Literatura de Cordel, (folheto) que teve início de produção em fins do século XIX, que tem vínculos com a oralidade, os autores por muito tempo compuseram seus poemas mentalmente e seus ouvintes/leitores reconhecem-na por meio dos sinais gráficos da história-escrita que já conheciam de cor, de forma cantada ou contada em versos, dessa forma possibilita a compreensão de todos. Tratando-se de literatura impressa, carrega marcas de oralidade advindas da situação em que são produzidas e recebidas: formas específicas de interlocução, estruturação da narrativa, marcas de mudança de foco, etc., dessa forma a criação de regras tradicionais e regulada por necessidade mnemônicas, a leitura intensiva e em voz alta é presente em leitores e autores de Literatura de Folhetos. ). As formas de ler e avaliar um texto varia se considerarmos as diferentes classes sociais, regiões, etnias, etc. Observamos a Literatura de Cordel, (folheto) que teve início de produção em fins do século XIX, que tem vínculos com a oralidade, os autores por muito tempo compuseram seus poemas mentalmente e seus ouvintes/leitores reconhecem-na por meio dos sinais gráficos da história-escrita que já conheciam de cor, de forma cantada ou contada em versos, dessa forma possibilita a compreensão de todos. Tratando-se de literatura impressa, carrega marcas de ). As formas de ler e avaliar um texto varia se considerarmos as diferentes classes sociais, regiões, etnias, etc. Observamos a Literatura de Cordel, (folheto) que teve início de produção em fins do século XIX, que tem vínculos com a oralidade, os autores por muito tempo compuseram seus poemas mentalmente e seus ouvintes/leitores reconhecem-na por meio dos sinais gráficos da história-escrita que já conheciam de cor, de forma cantada ou contada em versos, dessa forma possibilita a compreensão de todos. Tratando-se de literatura impressa, carrega marcas de considerar o leitor como completamente livre, pois submetido a restrições e limites impostos por sua formação cultural e pela forma particular do texto que lê (CERTEAU, 1994). De acordo com a Autora observa-se nas práticas de leitura escolares, sobretudo o texto literário, o quadro será bastante alterado, daí a adversidade à uniformidade de textos nos modos de ler. Na escola, os textos literários: narrativos, poéticos ou dramáticos são selecionados e apresentados aos alunos como a literatura, sendo que as demais como se fossem subprodutos ou com formas imperfeitas, não é explicado aos alunos o porque destas obras representarem o cânone literário, ou possuírem uma literariedade de qualidade intrínsecas, portanto, a-históricas e a-culturais, o leitor deve ser capaz de reconhecê-las. Desconsidera-se que por detrás do rótulo literatura existe um trabalho de seleção de textos, de intelectuais. Um elemento importante interfere: a legitimidade e consagração do critico atuam na capacidade de legitimar e consagrar uma obra. Visão ingênua como a de Voltaire que acreditava que Shakespeare não passava de um “selvagem bêbado” e que seu teatro era bárbaro e vulgar (GRAIER, 1999); Virgínia Wolf a respeito de Ulisses, de Joyce “desagradável, inculto, pretensioso, em resumo, um fracasso”(GRAIER, 1999); Silvio Romero a respeito de Machado de Assis, considerava Memória de Brás Cuba s (ROMERO, 1936); Machado não apreciou “O Primo Basílio, a narrativa , “exterior e superficial”, de linguagem chula (O Cruzeiro, 1878). Cita a Autora que alguns desses exemplos foram extraídos da resenha de Carlos Graieb, sobre o livro Rolten Revieeurs uma antologia de criticas ferinas feitas por intelectuais de renome a grandes autores da literatura universal. O resenhista propõe a idéia de que ninguém “está a salvo de proferir besteiras, se não diante de seus contemporâneos, ao menos diante da posteridade”. A avaliação que se faz de um texto depende de critérios exteriores à obra, como parentesco com uma tradição reconhecida, a posição do autor no campo literário, sua filiação intelectual, condição social e étnica, relações políticas, etc., a imagem feita pela critica literária do que seja literatura e do que seja autor em cada época, o mercado editorial, convenções éticas e morais. Saber quem é o autor e qual a opinião sobre seu trabalho interfere na maneira de como o lemos. Conflito de avaliação ocorridos na elite intelectual. Apesar de ter versado um dos maiores clássicos da literatura universal Romeu e Julieta, João Martins de Athayde discorda quanto aos princípios que deveriam reger o comportamento do herói, a história parece mal construída e não agrada ao poeta. O gosto e a apreciação estética não são universais, dependem do universo cultural ao qual é inserido, pois tem várias formações diferentes. O prestigio social dos intelectuais ligados à literatura faz de sua opinião como única e verdadeira. Para ter simpatia sobre literatura erudita, podemos começar tentando conhecer e entender as práticas, os objetos, os modos de ler distintos, compreendendo-os dentro do sistema de valores que foram criados e começar a pensar que as leituras são diferentes e não piores ou melhores e para compará-las teremos de fazê-lo de acordo com os critérios internos ao universo em que foram produzidas. Não estamos propondo, como se vê, que se abandone o estudo literário canônico, mas que a escola, também a universidade e a crítica literária, garanta espaço para a diversidade de textos e de leituras. Com isso, alargando conhecimentos, refletindo sobre a própria cultura e respeitando e dando direito à diferença.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ABREU, Márcia. As variadas formas de ler. In no fim do século: a diversidade – o jogo do livro infantil e juvenil. (Org. Graça Paulino e outros). Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

Um comentário:

flávionb disse...

Olá, professora. Já podemos dipor de um poderoso instrumento tórico de leitura. Estou falando da Análise de Discurso de linha francesa. Com ela temos ferramentas para deixarmos de ser leitores menos ingênuos. AD nos possibilita desvelar a intenção discursiva estabelecida pelas condições de produção. Essas são, entre outras coisas, a formação discursiva, a formação ideológica, o sujeito social, o efeito de sentido, a história, a instituição. Enfim, diversos fatores que são importantes para nossas leitura seja desnaturalizada. Ou seja, tenhamos uma postura leitora capaz de perceber que por trás de um texto está mais do que palavras. Há intenções, tendências, discursos comprometidos com alguma visão de mundo, alguma concepção de vida, alguma ideologia. (religiosa, política, científica, filosófica, etc). Desse modo,poremos fim a falácia de que vale ler de qualquer jeito, de que a leitura é livre.